Fiz meu portfólio no Figma Sites e turbinei minhas candidaturas de UX
Compartilhando a experiência de usar o Figma Sites na construção do portfólio e preparar a coleta de dados.

Chega aquela hora em que precisamos tirar do baú todas as telas, fluxos e insights para montar um portfólio que faça sentido e a gente sabe que não é tarefa fácil.
Como designer que trabalha com Figma há anos e maker como hobby, em um dos meus projetos precisei recriar manualmente uma tela em React para deixá-la próxima ao planejado — foi um trabalho gigante de horas! Essa experiência me fez valorizar ainda mais ferramentas que simplificam o caminho entre design e entrega.
Descobri o Figma Sites de surpresa, como todo mundo. Logo vi uma oportunidade de finalmente tirar meu portfólio da gaveta enquanto testava a ferramenta na prática (e tentava matar a saudade do Dreamweaver).
Neste artigo compartilho de maneira didática meu processo de experimentação com o Figma Sites, a integração com o Google Analytics e como isso está me ajudando no processo de candidatura.
Usando Figma Sites

Meu processo começou exatamente como qualquer outro projeto de interface no Figma tradicional:
Organizei os dados disponíveis dos projetos em que já trabalhei para criar um inventário de evidências, processos, conteúdos, trabalhos e artefatos-chave da minha história profissional.
Então comecei a trabalhar com algumas hipóteses e ideias de UI: tipografias grandes, contrastes, hiperminimalismo, maximalismo, até chegar em uma versão funcionalmente satisfatória que mostrasse quem eu sou, minha história e o que faço e ainda fosse funcional com o conteúdo que eu tinha.
A exportação foi muito fácil — literalmente um Ctrl+C do Figma para um Ctrl+V no Figma Sites. Seria milagroso se ele também gerasse automaticamente as versões responsivas das telas copiadas, mas felizmente essa tarefa foi refinada por mim antes de publicar.
Por fim, precisei conectar os links e botões como se fosse um protótipo em alta fidelidade do Figma, configurando transições simples (fade, slide) e até estados de hover para deixar a navegação mais dinâmica.

Publicar também é bem fácil: basta clicar em “Update” e, em segundos, seu site fica no ar com uma URL única. Dá para personalizar esse endereço ou usar um domínio próprio e compartilhar com quem quiser.
Tratando o portfólio como produto
Ao explorar as configurações do Figma Sites, percebi a possibilidade nativa de integrar o Google Analytics. Após adicionar o ID de rastreamento, esperei cerca de 24 horas para que os primeiros dados começassem a aparecer e eu pudesse começar a análise do meu portfólio.
Isso abriu meu leque para tratar meu processo de candidatura a vagas de UX como também um experimento de produto, coletando dados de quantos acessos teve meu portfólio, de onde vieram e quantas pessoas demonstraram interesse em meus cases.
Você pode aprender a criar sua conta no Google Analytics por aqui. Tudo o que você precisa é o Google Analytics ID adicionado nas configurações do seu Site.

Insights do experimento com Google Analytics
Integrar a ferramenta deixa muito mais claro como o funil de candidaturas de que participo está funcionando. Consigo saber não só quantos acessos meu portfólio teve, mas também quais localidades ou origens dos links.
Foi uma surpresa saber que algumas pessoas reentraram no meu portfólio e que tive acessos até de outros países.

Ter esses dados disponíveis tão facilmente é precioso para as estratégias de otimização de experiências. A partir disso, já levanto algumas possibilidades de como poderia direcionar melhor os acessos para meus cases ou até aumentar o tempo da sessão.
Limitações importantes
É importante mencionar que o Figma Sites, sendo uma ferramenta nova e focada em simplicidade, tem limitações significativas:
- Sem formulários integrados: não é possível criar formulários de contato nativosSem acesso ao código: não há como editar HTML, CSS ou adicionar código customizado para chadas de APIs.Sem bibliotecas JavaScript externas: funcionalidades de interação ficam limitadas às opções nativas da plataforma
Essas limitações fazem com que a ferramenta seja mais adequada para portfólios simples e landing pages básicas do que para projetos que exigem funcionalidades mais robustas.
Esse exercício poderia ser facilmente utilizado em um projeto real de pequeno e médio porte: imagine medir o interesse de um produto ou funcionalidade com uma página backdoor feita em minutos?
O Figma Sites foi não só a ponte, mas a ferramenta que utilizei para quebrar a barreira entre meu design e o acesso para outras pessoas — isso de maneira ainda limitada, mas bem familiar.
Para designers que buscam uma solução rápida para colocar um portfólio no ar e medir sua performance, vale a experimentação!
Como usei o Figma Sites para melhorar minha estratégia de recolocação em UX was originally published in UX Collective 🇧🇷 on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.