UX Collective 🇧🇷 - Medium 08月04日 18:17
Eu ainda quero um design utópico
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本文探讨了设计在推动社会变革中的潜力,并引用了多位设计师的观点。作者从个人感悟出发,将Pink Floyd的《Animals》与Eduardo Galeano对“乌托邦”的解读相结合,引出设计可以作为实现更美好世界的工具。文章深入剖析了设计从单纯的风格化转向承担社会责任的演变,强调了设计师的批判性思维、对环境的关怀以及对社会互动的深刻影响。通过汇集不同设计师的见解,文章鼓励读者思考设计的伦理维度,并将其视为一种积极的社会行动。

💡 设计的演变与社会责任:文章指出,设计长期以来被误解为仅是视觉风格化,且服务于商业目的。然而,如Victor Papanek所言,设计也曾因其在制造“犯罪式汽车”和产生“有毒垃圾”方面的作用而受到批评。如今,设计的触觉、功能和伦理属性日益凸显,其潜力在于提升生活品质,并鼓励更少的物质消费。

⚖️ 批判性思维与教育:Anne Bush强调,设计教育的核心在于培养批判性思维和责任感。设计师不仅要理解自己作品的社会背景和潜在后果,还要质疑自身的视角和方法。大学的角色在于培养有社会责任感的公民,他们理解行动(或不行动)的影响,并能做出有意识的选择。

🌱 生态与去殖民化设计:Coral Michelin倡导一种与自然和谐共处的设计观。她建议“少做”,优先考虑耐用性而非时尚,设计本地化而非大规模生产,并优先使用本地资源。此外,她鼓励设计师使用自己的语言,拒绝外来术语,并以自然为师,拥抱长期思维,以爱和相互依存为基础,为后代创造更美好的未来。

🌐 互联互通的视角:Daniel Wahl指出,我们的世界观塑造了我们的需求和意图。在“分离叙事”(即竞争与稀缺)的文化中成长,会强化竞争体验。而“互联叙事”则鼓励体验和实践“相互依存”的现实。设计是塑造人与人之间互动和关系的强大工具,可以通过改变设计来重塑我们的世界观。

⚠️ 设计的深远影响:Mike Monteiro认为,互联网设计对人们的心理健康和社会关系有着不可忽视的影响。设计师不再仅仅是“拖动像素”,而是在构建影响人们生活、破坏关系、传播仇恨和喜爱言论的复杂系统。当设计做得好时,它能改善生活;做得不好时,则可能导致严重后果,甚至生命损失。

Você também quer. Só ainda não leu este outro texto.

Referência ao álbum “Animals”, da banda britânica Pink Floyd.
“A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Fernando Birri, citado por Eduardo Galeano

Queria começar esse texto contando uma coisa que acontece comigo de ciclos em ciclos da vida e acredito que seja algo comum pra você também.

Existem músicas e vídeos específicos que marcaram fases do meu crescimento enquanto ser humano pensante. Neste artigo, trago referências pessoais (não também profissionais), e isso explica a mistura inicial de Pink Floyd com Eduardo Galeano.

Acontece que, em fases reflexivas — não necessariamente tristes — , costumo voltar aos discos do Pink Floyd. Entre eles, o Animals. Sei lá, me leva de volta ao momento da vida em que me entendi como gente. Que, claro, gosto de lembrar e carrego com carinho. Me dá forças, sabe.

Por outro lado, meu YouTube às vezes me recomenda vídeos de mais de 10 anos atrás. Alguns, eu ignoro porque não fazem mais sentido pro meu “eu” atual. Outros, me desbloqueiam memórias afetivas. No caso em questão, foi o vídeo de Galeano dando uma entrevista para o programa “Sangue latino”, do Canal Brasil, em que conta a história sobre como ele enxerga o sentido da palavra “utopia”. Baita entrevista, diga-se de passagem (ler na voz do comentarista futebolístico Neto).

Dessa vez, aleatoriamente, esses dois específicos eventos canônicos aconteceram na mesma época. E isso, de alguma maneira, me fez pensar: pô, utopia e porcos voando podem fazer sentido juntos. Vou adicionar o design na receita e tá pronto o sorvetinho. Quer dizer, o artigo.

Sim, é assim que funciona minha cabeça. E foi assim também que nasceu este texto, dando continuidade a outro, mas que você pode ficar em paz se ainda não leu aquele. Se gostar do que ler aqui, no final tem o link pro primeiro. Justo, né?

E bom, dito tudo isso, acho que podemos continuar a lista de pessoas que, assim como eu e você, acreditam no design como ferramenta de mudança social.

Ou seja, nesse texto, vamos voltar a dar voz a designers que defendem visões consideradas utópicas pra nossa atuação no mundo atual. Que acreditam no design como oportunidade de construir um mundo melhor e entendem sua responsabilidade perante a sociedade — e sim, o “dar voz” é trazer suas próprias falas pra cá.

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Designers e o que falam sobre design

Alice Rawsthorn

Do ponto de vista histórico, um dos maiores problemas do design é ter sido tantas vezes confundido com estilização e menosprezado como uma atividade superficial, voltada apenas aos aspectos visuais de objetos ou espaços.
Tão perniciosa quanto essa crença é a suposição de que os recursos estilísticos do design estão a serviço de fins comerciais, para nos induzir a pagar bem mais por coisas de importância duvidosa que logo descartaremos com os demais resíduos tóxicos e não recicláveis em lixeiras abarrotadas.
Em 1971, no prefácio de seu livro ‘Design for the real world’, o designer ativista Victor Papanek já acusava os designers industriais de serem uma ‘laia perigosa’ ao ‘projetar automóveis de projeto criminoso que matam ou mutilam, ao gerar espécies inteiras de lixo permanente que entulham a paisagem e ao eleger materiais e processos que poluem o ar que respiramos’.
A importância crescente de outros atributos do design — de ordem tátil, funcional ou ética — haverá de contestar esses estereótipos e estimular mais pessoas a cultivar uma percepção cada vez mais eclética e sofisticada em relação ao design e ao seu potencial de tornar a vida mais desejável em muitíssimos aspectos — inclusive o de consumir menos porcaria, seja ela de bom gosto ou de qualquer outro tipo.

— Design como atitude

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Anne Bush

No fim das contas, ser responsável é ter a capacidade de responder. Não é só querer agir, mas também entender o que você está fazendo, o contexto onde isso acontece e todas as possíveis consequências e interpretações.
Ensinar isso é ensinar a ter consciência crítica de toda a comunicação — não só da parte que você fez. Quando a gente ensina a pensar criticamente, a questionar nossa própria visão (o que a gente assume como verdade, os métodos que usa e os julgamentos que faz), e também a entender o contexto social onde aquilo acontece, a gente está incentivando a responsabilidade.
Pra mim, esse é o papel da universidade. O que a educação em design pode trazer pra uma sociedade mais participativa é um cidadão engajado e consciente, que entende o impacto de agir — ou de não agir — e que, no fim, tem o direito de escolher.

— Beyond Pro Bono (Citizen Designer). Tradução livre.

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Coral Michelin

Precisamos inspirar, sermos o melhor exemplo que pudermos ser, na família, no trabalho, na comunidade, sabendo que todos vamos errar muitas vezes, até conseguirmos acertar.
Mas, já temos alguns indicativos, dentro do vasto campo do design para ecologia, do que podemos fazer:
- Não fazer — já temos coisas demais no mundo!
- Pensar para a durabilidade — não “seguir a moda”
- Projetar para escalas locais — massificar é, seguidamente, desperdiçar
- Usar recursos locais — pensando no bem de todo ecossistema local
- Reutilizar, sempre — mandar consertar, mesmo que custe igual ao novo
- Projetar para os corpos locais — não existe “design universal” que sirva para a nossa diversidade
- Usar o seu próprio idioma — não tem call, overview, Head de Design, tem ligação, panorama, líder — descolonize sua língua
- Pensar como natureza — você é natureza!
- Usar o tempo da terra — diamantes não são feitos em um ano fiscal, nem jazidas de petróleo, pense no longo prazo.
E, por fim, se a gente agir com propósito, com o coração e com valores pautados no amor e na interdependência, as próximas gerações seguirão melhores passos, pois elas nos espelham, assim como nós estivemos espelhando aqueles que nos trouxeram até aqui, até a ruptura.
Olhe-se no espelho. Que exemplo você está criando e deixando de legado?

— Por um design eco-decolonial

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Daniel Wahl

Como vemos o mundo influencia as necessidades reais ou identificadas que, por sua vez, influenciam nossas intenções. Se vejo o mundo como um lugar dominado pela competição acirrada por recursos limitados, lutarei contra outros para que minhas próprias necessidades sejam atendidas. […]
A maioria de nós cresceu e foi educada em uma cultura que basicamente subscreveu a perspectiva de escassez e competição — “a narrativa da separação”. As instituições, processos e incentivos que moldaram nossa experiência do mundo foram influenciados por esse ponto de vista e, assim, reforçaram as experiências de competição e relativa escassez.
O sistema educacional, o sistema econômico e a maneira como nos relacionamos com a natureza e com outros seres humanos, através dos produtos e serviços que produzimos e trocamos, reforçam as experiências de escassez e competição.
As decisões de design que tomamos no passado continuam influenciando a forma como vivenciamos e interpretamos o mundo.
Como a relação entre visão de mundo e design se reforça mutuamente, podemos começar intervindo em qualquer um deles. A inovação transformadora e o design para uma cultura regenerativa consistem em permitir que as pessoas vivenciem e vivam a “narrativa do interser” como uma realidade pessoal e social.
O design molda intencionalmente interações e relacionamentos.

— Design de Culturas Regenerativas

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Mike Monteiro

Embora o estudo não crie uma ligação definitiva entre saúde mental e redes sociais — por causa do rigor acadêmico e tal — ele apresenta um argumento bem forte.
Felizmente, eu não sou acadêmico, e tenho pouca paciência pra esse cuidado todo, por mais bem-intencionado que seja. Então não tenho problema nenhum em dizer: o trabalho que a gente faz está matando pessoas. Se você procurar no Google por “mortes causadas por redes sociais”, vai achar mais exemplos do que gostaria.
Quem cresceu fazendo design de coisas pra internet precisa entender as consequências do que faz. A gente não tá mais só arrastando pixel na tela. Estamos construindo sistemas complexos que afetam a vida das pessoas, acabam com relacionamentos, espalham discursos de apoio e de ódio, e bagunçam a saúde mental delas.
Quando fazemos nosso trabalho direito, melhoramos a vida das pessoas. Quando não fazemos, pessoas morrem.

— Ruined by design: how designers destroyed the world and what we can do to fix it (tradução livre)

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Rafael Cardoso

Não é responsabilidade dos designers salvar o mundo, como clamavam as vozes proféticas dos anos 1960 e 1970, até porque a crescente complexidade dos problemas demanda soluções coletivas. De todo modo, ninguém sabe exatamente o que quer dizer “salvar o mundo” hoje em dia. […]
O grande inimigo é sempre a ignorância, e as ideias preconcebidas que derivam da falta de exercício do pensamento. […]
Em termos históricos, o grande trabalho do design tem sido ajustar conexões entre coisas que antes eram desconexas. Hoje, chamamos isso de projetar interfaces. Trata-se, contudo, de um processo bem maior e mais abrangente do que imagina o projetista sentado à sua estação de trabalho.
A parte de cada um é entender sua parte no todo.

— Design para um mundo complexo

Pra encerrar, como prometido e caso você tenha gostado desse tipo de conteúdo, mês retrasado lancei o primeiro capítulo dessa história, com personagens diferentes mas igualmente utópica. Quem sabe pode ser sua próxima leitura 👇

Eu quero um design utópico

Inclusive, querida pessoa designer, lembre sempre: repertório não é importante só pros benchmarkings da vida comercial. É pra tudo. Estude a história, os contextos e as motivações das coisas serem como são.

Se quiser conversar sobre design, comenta aqui ou me chama!

Aquele abraço!

Referências

Livros e artigos

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Vídeos


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