PROMPTS PARA UX (4 DE 4)
Prompts para validar, testar com o usuário e comunicar a solução.

Esse artigo faz parte da série Biblioteca de Prompts para UX Design: um projeto para ajudar a sistematizar o uso de IA e sair da teoria para alcançar a prática.
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0. Introdução: O que será que ainda não foi dito sobre IA?
1. 🧭 Descobrir ↗
2. 🎯 Definir ↗
3. 🧪 Desenvolver ↗
4. 🚀 Entregar (Você está aqui)
Índice
Validação
- 4.1 Crítica da UI Baseada nas Heurísticas de Nielsen4.2 Ajuste de Textos (hierarquia da informação e microcopy)4.3 Descrição de Imagens para Acessibilidade Digital4.4 Análise de Acessibilidade
Teste com o Usuário
- 4.5 Cálculo de Amostragem com Distribuição Demográfica4.6 Roteiro de Teste Moderado4.7 Análise de Teste com Usuário (comportamentos, hesitações, falas e clicks)
Comunicação de Solução
Validação
4.1 Crítica da UI Baseada nas Heurísticas de Nielsen
Quando usar
- Em revisões de design para identificar falhas de usabilidadeAntes do desenvolvimento para ajustar detalhes críticosPara auditorias rápidas em produtos existentesComo base para priorizar melhorias de UX
Por que usar
- Expõe problemas que muitas vezes passam despercebidosMelhora a eficiência e satisfação do usuário com o sistemaAjuda a economizar tempo e custo ao evitar retrabalhos tardios
Prompt
Analise a interface [anexar interface] utilizando as 10 heurísticas de usabilidade de Jakob Nielsen
Para cada heurística, responda:
1. Visibilidade do status do sistema: O sistema mantém o usuário informado sobre o que está acontecendo? Como?
2. Correspondência entre sistema e o mundo real: A interface fala a linguagem do usuário, com conceitos familiares?
3. Controle e liberdade do usuário: O usuário pode desfazer/refazer ações facilmente?
4. Consistência e padrões: A interface mantém padrões visuais e funcionais uniformes?
5. Prevenção de erros: Existem mecanismos que evitam erros antes que aconteçam?
6. Reconhecimento em vez de memorização: O design facilita o reconhecimento das opções, em vez de exigir que o usuário memorize?
7. Flexibilidade e eficiência de uso: O sistema atende tanto usuários iniciantes quanto experientes?
8. Estética e design minimalista: A interface evita elementos desnecessários que confundem ou poluem?
9. Ajuda aos usuários para reconhecer, diagnosticar e recuperar erros: Mensagens de erro são claras e oferecem solução?
10. Ajuda e documentação: A interface oferece suporte ou ajuda facilmente acessível?
Para cada ponto, destaque:
- Exemplos claros do que funciona e do que falha
- Impactos na experiência do usuário
- Recomendações práticas para melhorias
Use linguagem objetiva, focada em insights acionáveis para o time de design e desenvolvimento
4.2 Ajuste de Textos (hierarquia da informação e microcopy)
Quando usar
- Ao identificar confusão, dúvidas ou erros causados por textos mal estruturadosPara melhorar conversão, engajamento e satisfaçãoQuando o tom e voz da marca precisam estar mais claros e consistentesQuando testes de usabilidade que revelam problemas de compreensão
Por que usar
- Torna a interface mais escaneável e fácil de navegarReduz erros e desistências causados por informações confusas ou mal posicionadasAmplifica a personalidade da marca e cria conexão emocionaFacilita decisões rápidas, diminuindo o esforço cognitivoEleva a experiência de uso, transformando conteúdo em conversa natural e fluida
Prompt
Analise os textos da interface [inserir nome ou link da interface], focando em:
1. Hierarquia da informação:
- Os textos estão organizados para guiar o olhar e a atenção do usuário de forma clara?
- Títulos, subtítulos e corpo do texto refletem níveis de importância e facilitam o escaneamento?
2. Microcopy:
- As mensagens curtas (botões, labels, erros, confirmações) são claras, objetivas e orientam o usuário?
- A linguagem está alinhada ao tom do produto e à expectativa do público?
- Textos evitam jargões e ambiguidade, simplificando decisões e ações?
Para cada item, sugira melhorias específicas, como:
- Reorganização ou reforço de hierarquia textual
- Reformulação de microcopy para aumentar clareza, empatia e persuasão
- Ajustes de tom e voz para fortalecer a conexão com o usuário
O objetivo é otimizar a leitura, a compreensão e a interação, transformando texto em experiência fluida e acolhedora
4.3 Descrição de Imagens para Acessibilidade Digital
Quando usar
Em sites, apps, plataformas, apresentações e documentos digitais
Por que usar
- Garante acessibilidade para pessoas que usam leitores de telaMelhora a performance em SEO e indexação de conteúdoCumpre requisitos legais e diretrizes como o WCAG (Web Content Accessibility Guidelines)
Prompt
Descreva, em 1 parágrafo, [inserir imagem/quadro/conteúdo visual a ser descrito] como se estivesse guiando alguém com deficiência visual
Use uma linguagem sensorial, clara e poética
Destaque formas, cores, atmosferas e sensações evocadas
Evite termos técnicos excessivos
A intenção é transformar o visual em experiência descritiva, rica e acessível
4.4 Análise de Acessibilidade
Quando usar
- Ao revisar processos, interfaces ou produtos digitais para garantir que sejam acessíveis a todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiênciasPara identificar barreiras invisíveis que comprometem a experiência de uso e inclusão
Por que usar
- Garante que o produto seja utilizável por todos, ampliando o alcance e impactoReduz riscos legais e reputacionais relacionados à exclusão digitalMelhora a experiência geral ao tornar interfaces mais claras, simples e adaptáveis
Prompt
Revise criticamente a seguinte interface ou processo digital:
[anexe link, imagem, descrição ou fluxo]
Identifique barreiras de acessibilidade para pessoas com deficiências visuais, auditivas, motoras, cognitivas ou usuárias de tecnologias assistivas, considerando os seguintes critérios:
1. Perceptibilidade
- Há contraste suficiente entre texto e fundo?
- As imagens possuem descrições alternativas significativas (alt text)?
- A hierarquia visual e textual é clara para screen readers?
2. Operabilidade
- A interface pode ser totalmente navegada por teclado?
- O foco visível está presente e bem estruturado?
- Existe tempo suficiente para interação ou há interrupções automáticas?
3. Compreensibilidade
- A linguagem é clara, direta e acessível?
- Os erros são explicados com instruções compreensíveis e orientações corretivas?
- Há consistência na navegação e feedback nas ações?
4. Robustez
- A interface é compatível com diferentes leitores de tela e navegadores?
- Os elementos seguem a semântica correta (ex: uso de headings, landmarks, roles)?
- O código está estruturado de forma acessível?
5. Recomendações
- Liste ajustes específicos para tornar a interface/processo mais inclusivo
- Priorize as correções por impacto na experiência
- Sugira boas práticas baseadas nas diretrizes do WCAG 2.1 (ou superior)
Objetivo: garantir que qualquer pessoa, independente de suas capacidades, possa acessar, entender e interagir plenamente com a experiência
Teste com o Usuário
4.5 Cálculo de Amostragem com Distribuição Demográfica
Quando usar
- Em pesquisas quantitativas (surveys, testes A/B, análise de hábitos)Para assegurar que a amostra contemple diversidade e representatividade demográficaQuando é necessário defender cientificamente a robustez dos achados
Por que usar
- Garante rigor estatístico (nível de confiança + margem de erro)Evita viés ao incluir proporcionalmente diferentes grupos sociaisPermite extrapolar resultados com segurança para a população-alvo
Prompt
Quero calcular o tamanho ideal da amostra para uma pesquisa, considerando representatividade estatística e diversidade demográfica
Responda com:
1. Cálculo do tamanho da amostra total, com base nos dados abaixo:
- População total estimada (N): [inserir número]
- Nível de confiança desejado (ex: 90%, 95%, 99%): [inserir]
- Margem de erro aceitável (ex: ±5%): [inserir]
- Proporção estimada da característica a ser medida (p): [inserir ou usar 0,5 para máxima variabilidade]
2. Distribuição proporcional da amostra por segmento demográfico, com base nos seguintes recortes:
- Gênero: [ex: 52% feminino, 48% masculino]
- Faixa etária: [ex: 18–24: 25%, 25–34: 40%, etc.]
- Região geográfica: [ex: Sudeste do Brasil: 60%, Sul global: 20%, etc.]
- Outros recortes relevantes ao projeto: [ex: classe social, ocupação, escolaridade]
3. Resultado esperado:
- Tamanho total da amostra
- Número de pessoas a recrutar por grupo demográfico
- Sugestões para assegurar representatividade estatística e qualitativa (ex: oversample em minorias, quotas, ajustes pós-coleta)
Apresente os cálculos, distribuições e recomendações em formato claro e acionável
4.6 Roteiro de Teste de Usabilidade Moderado
Quando usar
- Testes de protótipos (baixa ou alta fidelidade)Avaliação de fluxos críticos (cadastro, compra, login, etc.)Antes de lançar um novo recurso ou redesignQuando há hipóteses específicas a validarPara entender não só o que o usuário faz, mas o porquê por trás da ação
Por que usar
- Explorar percepções, dúvidas e frustrações no momento exato em que surgemProduzir dados qualitativos profundos que orientam decisões de design
Prompt
Crie um roteiro completo para conduzir um teste de usabilidade moderado, com base nas seguintes informações:
1. Contexto do produto ou serviço testado:
Qual é o objetivo do produto?
Qual é o estágio atual (protótipo, beta, produto ativo)?
Qual parte da experiência será testada (ex: onboarding, fluxo de pagamento, navegação mobile)?
2. Público-alvo do teste:
- Quem são os usuários representativos?
- Quantos participantes farão parte do teste?
3. Objetivos do teste:
- Quais perguntas queremos responder? (ex: o usuário entende como começar? consegue completar uma tarefa?)
- Quais comportamentos queremos observar?
4. Tarefas a serem realizadas:
Liste de 3 a 5 tarefas realistas, baseadas em situações de uso comuns
- Cada tarefa deve ser objetiva, mensurável e sem indução de resposta
5. Roteiro de moderação:
- Introdução: como será feita a recepção e explicação do teste
- Consentimento e gravação
- Instruções neutras ao longo do teste
- Perguntas de aquecimento e encerramento
- Frases-modelo para guiar sem interferir (ex: “O que você espera que aconteça agora?”)
6. Critérios de sucesso e observações esperadas:
Quais indicadores qualitativos e quantitativos serão observados?
Quais comportamentos indicam sucesso, frustração ou abandono?
7. Formato final do roteiro:
- Estruturado por seções (boas-vindas, tarefas, encerramento)
- Incluindo tempo estimado, frases do moderador e espaços para anotações
O objetivo é criar um roteiro claro, replicável e com foco total na experiência real do usuário, sem enviesamento
4.7 Análise de Teste com Usuário (comportamentos, hesitações, falas e clicks)
Quando usar
- Ao avaliar se o fluxo está intuitivo e funcionalQuando há hipóteses sobre problemas de navegação, compreensão ou conversãoApós identificar frustrações recorrentes em métricas (ex: abandono de tarefas)
Por que usar
- Revela o que realmente trava, confunde ou bloqueia o usuárioConecta o que foi dito com o que foi feito — e com o que foi evitadoTransforma dados brutos (vídeos, falas, mapas de calor) em insights acionáveis
Prompt
Com base nos registros do teste de usabilidade realizado (vídeos, áudios, notas ou mapas de calor), analise a experiência de cada participante considerando:
1. Comportamento geral durante a tarefa:
- Ações realizadas (passo a passo)
- Padrões de navegação, cliques repetidos, desvios de rota
- Comportamentos inesperados ou criativos
2. Hesitações e pausas:
- Onde o usuário parou, ficou em dúvida ou levou tempo para agir
- Possíveis causas da hesitação (ex: layout confuso, texto ambíguo, excesso de opções)
- Tempo estimado por etapa
3. Falas e expressões verbais:
- Frases ditas espontaneamente (ex: “Não entendi isso”, “Acho que cliquei errado…”)
- Emoções expressas (frustração, surpresa, entusiasmo)
- Relação entre o que foi dito e o que foi feito
4. Cliques e interações:
- Elementos mais clicados
- Cliques inválidos ou redundantes
- Áreas ignoradas ou que passaram despercebidas
5. Síntese por participante:
- Principais dificuldades encontradas
- Oportunidades de melhoria detectadas
- Sugestões espontâneas (se houver)
6. Síntese geral cruzada:
- Padrões comportamentais entre participantes
- Fricções recorrentes
- Momentos críticos da jornada
- Insights acionáveis para ajustes de UI/UX
O objetivo é transformar observação em diagnóstico — e cada clique em um caminho claro para melhoria
Comunicação de Solução
4.8 Análise de Hand Off para Desenvolvimento
Quando usar
- Ao revisar processos e documentos atuais de hand off para encontrar falhas e oportunidadesAntes de uma nova etapa de entrega para otimizar o fluxo entre design e desenvolvimentoQuando há retrabalho, dúvidas frequentes ou desalinhamento em relação a solução entregue aos desenvolvedores e engenheirosPara garantir que a comunicação e transferência de conhecimento sejam claras e eficazes
Por que usar
- Reduzir interpretações erradas e dúvidas que atrasam entregas.Fortalecer a colaboração e confiança entre designers e devs.
Prompt
Analise o a documentação de handoff de design para desenvolvimento [atual ou anterior]e identifique pontos específicos que podem ser melhorados ou otimizados para:
- Aumentar a clareza das informações entregues ao time de desenvolvimento
- Reduzir ambiguidades que possam gerar interpretações incorretas
- Facilitar a colaboração entre designers e desenvolvedores ao longo do ciclo de entrega
Para cada ponto identificado, inclua:
1. O problema observado (ex: falta de especificação de estados, ausência de explicação de interações, documentação fragmentada, etc.)
2. Uma sugestão prática de melhoria (ex: padronizar documentação, criar uma checklist visual, incluir gravações de walkthroughs, etc.)
O objetivo é evoluir o processo de hand off para que ele seja mais fluido, eficiente e alinhado entre design e desenvolvimento
4.9 Apresentação de Entrega do Projeto
Quando usar
No fim do ciclo de design, para comunicar resultados e aprendizados a stakeholders, time e clientes.
Por que usar
- Traduz esforços complexos em narrativas claras e poderosasConecta pessoas em torno do propósito, da visão e do impacto real
Prompt
Crie uma apresentação clara, envolvente e objetiva para a entrega do projeto [insira ou anexe o projeto] que contemple:
1. Contexto e objetivos do projeto — por que ele existiu, quais dores ou oportunidades buscou resolver.
2. Processo de trabalho — etapas, métodos, principais aprendizados e decisões estratégicas.
3. Resultados alcançados — métricas, entregas, protótipos, insights validados e feedbacks relevantes.
4. Demonstração visual — telas, fluxos, wireframes ou protótipos que ilustrem a experiência criada.
5. Impacto esperado — como o projeto deve transformar a experiência do usuário e gerar valor para o negócio.
6. Próximos passos — recomendações, melhorias futuras e roadmap para continuidade.
7. Agradecimentos e convite à colaboração — reforçando o espírito coletivo e aberto da entrega.
O tom deve ser poético e visionário, mostrando a força da criação que transforma ideias em experiências palpáveis e impactantes
Use linguagem acessível, imagens impactantes e mantenha o foco na conexão humana e no propósito do projeto
Notas sobre o uso de IA
- Verificação. Em muitos casos, as informações fornecidas pelo modelo precisam ser verificadas. IAs às vezes causam alucinações e podem confundir autores e declarações sobre um determinado assunto.
Uma IA nunca dirá que você está errado. Ou que algo não é bom o suficiente, a menos que você peça explicitamente. Seja crítico em relação aos feedbacks. Conversar com pessoas reais ainda é relevante. Isso vale para os dois lados… Modelos de IA dificilmente dirão que algo é perfeito como está, melhorias sempre serão sugeridas.
Cuidado com a discriminação. Em suas diversas formas: racial, de gênero, orientação sexual, etc. Como a sociedade é tendenciosa, a IA é tendenciosa. Este é um problema difícil e antigo, e não há uma solução única para corrigi-lo. O que podemos fazer é prestar atenção a quaisquer sinais de discriminação e tentar evitar vieses sendo mais específicos e precisos em nossos prompts.
Dicas sobre o uso dos prompts
- Sempre que for necessário entender como o modelo chegou a uma determinada conclusão, inclua no prompt:
“Explique passo a passo a cadeia de pensamento que levará às respostas para este prompt”.Quando você tiver um modelo específico da resposta desejada, inclua-o como um exemplo no prompt para a IA replicar.
Outras bibliotecas
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- 0. Introdução: O que será que ainda não foi dito sobre IA?1. 🧭 Descobrir ↗2. 🎯 Definir ↗3. 🧪 Desenvolver ↗4. 🚀 Entregar (Você está aqui)
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